terça-feira, 23 de junho de 2009

2010 Ciro cogita aposentadoria e aponta herdeiros políticos


O deputado federal assumiu ontem que a eleição do ano que vem pode ser a última que disputa, ou talvez nem dispute
Além das articulações para 2010, o deputado federal Ciro Gomes (PSB) se prepara para entregar sua herança política no Ceará. O posto de líder máximo do PSB no Estado já deixou para o irmão, governador Cid Gomes (PSB). Já a cadeira de deputado federal, espera “ceder” ao ministro da Secretaria Especial dos Portos, Pedro Brito, seu fiel aliado. “Mandei ele sentar no meu lugar, que é onde ele vai ficar lá na Câmara”, disse Ciro, apontando para o lugar que estava sentado na mesa, antes de se levantar para palestrar sobre gestão de contas públicas, no Centro Industrial do Ceará (CIC).

Ciro sinalizou que pretende “parar um pouco”, enquanto lhe “resta alguma juventude”. “Provavelmente esta será a minha última eleição ou a passada foi”, afirmou ele, que afirmou em junho de 2008 que poderia se afastar da política.

Com a saída de Ciro da Câmara dos Deputados, seus mais de 600 mil votos obtidos na última eleição serão disputados, mas disse que só tem um candidato. “Não sou dono de nenhum desses votos, só um que é o meu, mas vou apresentar o Pedro”, prometeu.

Durante sua apresentação - que fez parte das comemorações dos 90 anos do CIC -Ciro lembrou que foi a partir da entidade que o Ceará, liderado por Tasso Jereissati (PSDB), “rompeu com o passado”. Mas, questionado se queria apoiar a reeleição do senador, que o impulsionou na carreira política, jogou a decisão para o irmão. “Eu obedeço o que o governador Cid estabelecer”, argumentou.

No entanto, Ciro fez questão de ressaltar que o tucano “mudou a história do Ceará”.

Nacional
Por enquanto, Ciro concentra suas atenções na política nacional. Quanto às possibilidades para o ano que vem, disse que 98% das especulações “dão em nada”, mas que “em nome dos 2% que dão em alguma coisa, tem que ter calma e observar”.

Ele voltou a dizer que quer disputar a Presidência da República e que “ninguém é candidato a vice”, sobre a possibilidade de estar na chapa da pré-candidata petista à Presidência, ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Mas fico honrado”, ponderou.

Já sobre a cogitação de sua candidatura ao Governo de São Paulo, o deputado lembrou que “tem duas fontes”. Uma estaria interessada em afastá-lo da disputa pela Presidência. “A outra é de pessoas que eu respeito e admiro, que estão pedindo para eu examinar o assunto. Em nome delas é que eu não repudio essa possibilidade”, justificou.

Ontem, o PT paulista decidiu montar uma comissão para debater a sucessão de José Serra (PSDB). Por enquanto, a decisão do grupo é apresentar candidato próprio, sem descartar, porém, os nomes apresentados por eles, o que inclui a candidatura de Ciro.