quinta-feira, 10 de junho de 2010

UMA ÓTIMA IDÉIA

"Hoje à tarde, enquanto travava uma luta cruel com um de meus livros de direito do trabalho, percebi que em várias casas que circundam minha caverna ecoavam, quase em coro, as músicas da dupla sertaneja que vem abrilhantar o festival de quadrilhas de Coreaú (afinal, é tradição nordestina música sertaneja nas festas juninas). Pensava eu: 'o que faz alguém em sã consciência gastar dos cofres públicos de um município carente e paupérrimo como o nosso a quantia de R$ 180.000,00 para o pagamento de um show de uma dupla que não durará nem 3 horas?' Aí lembrei: 'Mas nos últimos três mega eventos também foi assim, o povo cantava e ouvia as letras das músicas do cantor brega que se apresentou em praça pública, as músicas da outra dupla sertaneja que também marcou presença aqui, bem como as músicas da banda de forró, que segundo os especialistas no assunto 'é a melhor banda de forró do planeta'. Tudo isso exaustivamente e com estridência, em bares, residências, paredões e até no Fórum'. E durante a meditação, EURECA!!!! Descobri a verdade. O nosso pródigo gestor se utilizou desses eventos vazios de cultura para comprovar a teoria do aprendizado por osmose, ou seja, os munícipes, inconscientemente, incorporaram a seu cabedal de conhecimento essas futilidades e passaram a exteriorizá-las como se fossem natas, contagiando a todos a seu redor. Passada a fase da teoria, agora com certeza, na prática, ele, o senhor gestor, trará ao nosso município escritores renomados, grandes cientistas, inclusive alguns ganhadores do prêmio Nobel, bem como verdadeiros músicos, pois, como já nos provou dinheiro não é problema, e em pouquíssimo tempo, através dessa brilhante descoberta, da qual fomos cobaias, todo o problema educacional, cultural e científico estará resolvido, já que dispensa a participação dos professores e dos métodos tradicionais de ensino. Parabéns pela brilhante idéia. Na oportunidade, este humilde ignorante pede desculpas pelas críticas anteriores.

Célio Fontenele
Admirador da idéia