domingo, 4 de julho de 2010

O que fazer para não se arrepender do seu voto

Você já deve ter visto muita gente reclamar de políticos depois de eleitos. Mas o que o eleitor faz com esse sentimento de insatisfação? O POVO pediu aos próprios arrependidos que deem dicas de como não voltar a se frustrar com a decisão que será tomada em outubro

Apartir de terça-feira, você passará a ser o alvo de um bombardeio de retórica. Uma grande quantidade de informações, argumentos e pedidos de votos chegarão aos lares, escritórios, universidades, bares, ruas, a fim de conquistar o voto e se der, até o coração dos eleitores. Em meio a tantas opções, o seu desafio é escolher aqueles candidatos a quem será confiada a responsabilidade de cuidar da administração pública e da legislação que regula a convivência em comunidade.
Encontrar a agulha no palheiro eleitoral, todavia, não é tarefa das mais fáceis, conforme O POVO constatou nas ruas. Para a maioria dos eleitores com os quais a reportagem conversou, o resultado das escolhas feitas ao longo das eleições não correspondeu à expectativa depositada por quem votou.
O POVO procura, entretanto, canalizar o recorrente sentimento de frustração ou arrependimento do eleitor para algo prático. E pediu a esses eleitores, que já se arrependeram de seus votos, o que pretendem fazer ao decidir os próximos votos para que não voltem a se arrepender.
1) Favor nãoO primeiro conselho que nasce do arrependimento de quem votou e se viu frustrado é o de não aceitar propostas de benefícios pessoais. O caso da operadora de supermercado Marília Freire, de 24 anos, resume bem o porquê desse conselho. “A proposta que um dia eu recebi, vinda de um candidato, foi de que, após as eleições, eu teria um emprego”, conta ela, que após votar e ver eleito o tal candidato – cujo nome Marília não revelou – ficou só na espera pelo prometido posto de trabalho. “A proposta não fui cumprida e hoje eu digo que, para votar bem, o importante mesmo é analisar direitinho as propostas de cada postulante e ver quem tem o discurso mais coerente. Tem nada que ir pela cabeça dos outros não”.
2) DesconfieFazer uma análise das propostas foi o conselho dado pela comerciante Maria Zélia. Ela considera muito importante que o cidadão, antes de votar, tenha conhecimento detalhado das propostas dos candidatos e, a partir disso, possa priorizar o postulante que tenha as melhores ideias para promover avanços na qualidade de vida da comunidade. Zélia, porém, atenta que é nesse item que está o principal “erro” do brasileiro. “A gente ainda acredita muito em promessas. Tem de analisar as propostas, mas não podemos acreditar em tudo de forma ingênua. É preciso ter cautela”, diz a comerciante de 42 anos, com a experiência de quem, segundo relata, quase nunca viu realizadas as promessas de campanha nas quais um dia acreditou.
3) Ficha limpaAnimado com a aprovação do projeto Filha Limpa, que torna inelegíveis políticos com condenação por tribunais colegiados, o advogado André Real, 63 anos, que se declara frustrado com seus últimos votos, diz que esse é o primeiro passo para quem quer votar bem. “Se tiver ficha suja, ou seja, se já responde a processos no Judiciário, já é um candidato que não serve”, diz ele.
fonte: opovo