A arrecadação federal – que inclui impostos, contribuições federais e demais receitas, como os royalties – somou R$ 226,19 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento real (após o abatimento da inflação) de 11,96% em relação ao mesmo período do ano anterior, informou nesta terça-feira (19) a Secretaria da Receita Federal.
Com esse resultado, a arrecadação bateu recorde histórico para os três primeiros meses de um ano. De acordo com o Fisco, a arrecadação cresceu R$ 35,7 bilhões no primeiro trimestre de 2011, ou seja, sem a correção, pela inflação, dos valores arrecadados no ano passado. Este crescimento foi contabilizado com base no que efetivamente ingressou nos cofres da União.
A arrecadação do governo tem crescido neste ano impulsionada pelo desempenho da economia, fator que tem elevado a produção industrial – que avançou 3,92% no primeiro trimestre – assim como as vendas de bens e serviços, que avançaram 16,1% neste período. A massa salarial, por sua vez, cresceu 15,8% no primeiro trimestre deste ano.
Para todo este ano, a previsão da Receita Federal é de um crescimento real, ou seja, acima da inflação, da ordem de 9% para a arrecadação federal. Com isso, o Fisco prevê uma pequena desaceleração em relação à taxa de crescimento registrada em 2010 (+9,85%). Esse crescimento menor, segundo o secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto, se deve ao aumento do compulsório, à elevação da taxa básica de juros e, também, do IOF para algumas operações.
Mês de março
Somente em março, dados da Receita Federal mostram que a arrecadação de impostos, contribuições federais e demais receitas somou R$ 70,98 bilhões, com crescimento de 9,69% frente ao mesmo período de 2010. Com isso, a arrecadação bateu recorde histórico também para meses de março. Esse já é o quarto mês consecutivo em que a arrecadação bate recorde.
A arrecadação cresceu em março deste ano, e também no primeiro trimestre, ainda sem o impacto das medidas anunciadas recentemente pelo governo federal.
Uma delas, a correção da tabela do Imposto de Renda, gera perda de receita para o governo. Outras, porém, resultam no aumento de arrecadação, como o aumento do IOF para cartões de crédito no exterior, para empréstimos buscados lá fora por empresas brasileiras e bancos e, também, o reajuste dos preços de referência dos refrigerantes, cervejas e águas. Todas estas medidas foram anunciadas no fim de março, com impacto de abril em diante. Mais recentemente, no começo de abril, o governo anunciou o aumento do IOF para o crédito das pessoas físicas.
Tributos
A Receita Federal informou que o Imposto de Renda arrecadou R$ 63,45 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com crescimento real de 19,4% sobre o mesmo mês de 2010.
O IR das pessoas jurídicas, informou o Fisco, arrecadou R$ 30,7 bilhões no acumulado deste ano, com aumento real de 21,4% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, enquanto o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) somou R$ 30,1 bilhões de arrecadação no primeiro trimestre de 2011, com elevação de 16,6% sobre o ano passado.
O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) que arrecadou menos no primeiro trimestre do ano passado por conta das desonerações para a linha branca e automóveis, entre outros, registrou arrecadação de R$ 11 bilhões nos três primeiros meses de 2011, com crescimento real de 26% sobre igual período do ano passado.
Ao mesmo tempo, a arrecadação do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) somou R$ 6,61 bilhões no primeiro trimestre deste ano, com crescimento real de 7,13% sobre os três primeiros meses de 2010.
Já a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) arrecadou R$ 37,98 bilhões no primeiro trimestre de 2011, com crescimento real de 10,66% sobre mesmo período do ano passado, enquanto a Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL) registrou arrecadação de R$ 15,76 bilhões no acumulado deste ano, com elevação real de 16,83%.
G1