Certos prazeres não têm preço -- que o digam os atletas que ganharam uma medalha olímpica, por exemplo. Já outros deleites igualmente inesquecíveis, como celebrar com uma garrafa de Petrus, custam dinheiro, muito dinheiro. Tempos atrás, cinco executivos do banco Barclays comemoraram um negócio não com uma, mas três garrafas da marca. No res taurante londrino que, por coincidência, leva o nome do vinho, saborearam exemplares das safras de 1945, 1946 e 1947. Total da conta: algo equivalente a 230 000 reais. Foram demitidos ao pedir reembolso ao banco. No Brasil, uma garrafa da safra 1993, disponível nas importadoras, não sai por menos de 4 500 reais. O que levaria alguém a desembolsar valor tão elevado por uma garrafa de vinho? "Interesse em comprar prestígio", diria Robert Parker, o mais influente crítico do mundo do vinho, para quem não é preciso gastar mais de 100 dólares para saborear alguns dos melhores vinhos do mundo. Curiosamente, as notas elevadas que conferiu às safras de 1947, 1961 e 1989 ajudaram a inflacionar os preços do Petrus. "É um vinho com algumas safras extraordinárias, mas com uma baixíssima relação entre preço e benefício", afirma o empresário Affonso Hennel, da Semp Toshiba. Em sua adega restam duas das sete garrafas que comprou da safra de 1971. "O Petrus não é vinho para ser bebido, mas degustado, gole a gole, com os amigos", diz Lírio Parissoto, presidente da Videolar e fã das safras 1975, 1982 e 1990. Em julho do ano passado, ele visitou o château em Pomerol e provou, ainda no barril, a safra de 2002. "É quase uma obra de arte", conclui.
Ao contrário do também mítico Romanée-Conti (cerca de 9 000 reais a safra de 1999), a fama do Petrus é mais recente: começou na década de 60. Nessa época, o château foi comprado por Jean-Pierre Moueix, negociante de vinhos de Bordeaux, que já detinha direitos de distribuição. São 11,5 hectares de vinhedos, divididos entre merlot (95%) e cabernet franc (5%). Da poda dos vinhedos até o envelhecimento em barril, todo o processo é artesanal. A colheita, manual, é feita em apenas duas tardes, por 120 trabalhadores treinados. Após a fermentação, o vinho descansa de 18 a 20 meses em barricas de carvalho (cada barril não sai por menos de 600 euros). O resultado são 30 000 garrafas de um vinho muito equilibrado, difícil de ser obtido com a uva merlot. É preciso muita paciência para consumir um Petrus. "As safras de 1989 e 1990 ainda são consideradas jovens", afirma Manoel Beato, sommelier do grupo Fasano. Em muitas safras, o Petrus atinge o seu auge 30 anos depois de engarrafado.
Ao contrário do também mítico Romanée-Conti (cerca de 9 000 reais a safra de 1999), a fama do Petrus é mais recente: começou na década de 60. Nessa época, o château foi comprado por Jean-Pierre Moueix, negociante de vinhos de Bordeaux, que já detinha direitos de distribuição. São 11,5 hectares de vinhedos, divididos entre merlot (95%) e cabernet franc (5%). Da poda dos vinhedos até o envelhecimento em barril, todo o processo é artesanal. A colheita, manual, é feita em apenas duas tardes, por 120 trabalhadores treinados. Após a fermentação, o vinho descansa de 18 a 20 meses em barricas de carvalho (cada barril não sai por menos de 600 euros). O resultado são 30 000 garrafas de um vinho muito equilibrado, difícil de ser obtido com a uva merlot. É preciso muita paciência para consumir um Petrus. "As safras de 1989 e 1990 ainda são consideradas jovens", afirma Manoel Beato, sommelier do grupo Fasano. Em muitas safras, o Petrus atinge o seu auge 30 anos depois de engarrafado.
Os números do château petrus |
11,5 hectares de vinhas, apenas |
30 000 garrafas por ano, apenas |
2 anos de envelhecimento em barris |
4 500 reais a garrafa (safra 1993) |
Fonte: Château Petrus |
Fonte: http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0826/noticias/a-matematica-do-petrus-m0041340