quinta-feira, 28 de julho de 2011

FAMÍLIA DE MORTO TENTA ENVIAR RESTOS MORTAIS PELOS CORREIOS AO CEARÁ

Uma ossada humana foi descoberta em uma caixa enviada por correio do Rio de Janeiro para Viçosa do Ceará, a 348 km de Fortaleza. Segundo o delegado Franco Pinheiro, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a ossada foi encontrada após ser abandonada por quadrilha que roubou o caminhão dos Correios na última sexta-feira (22), em Croatá, Região Norte do Ceará. “Os Correios estranharam o fato de a caixa ter sido deixada para trás e decidiram passar pelo raio X”, explica o delegado. Para Pinheiro, os assaltantes consideraram que a caixa não continha objeto de valor e descartaram a carga na rodovia, junto com outras correspondências.Segundo Pinheiro, dentro da caixa também havia envelopes com documentos e uma ordem de exumação emitida pela prefeitura do Rio de Janeiro. O delegado descobriu que a ossada era de uma pessoa que morava na capital fluminense, morta em 2008. “Eles (família) queriam trazer os restos mortais do parente para serem enterrados aqui (Ceará) e pediram a um amigo que providenciasse tudo”, diz. Atendendo ao pedido, o amigo da família procurou a prefeitura do Rio e preparou a documentação necessária para enviar a ossada, que foi exumada. Mas errou ao pensar que os Correios pudessem enviar o corpo para a família. “Ele tinha de contratar os serviços de uma funerária e pedir uma ordem de translado”, afirma o delegado.Não tendo passado por equipamentos de raio X ao sair do Rio de Janeiro, a caixa contendo os ossos viajou até o Ceará, onde também passou pela triagem sem problemas. ''Caso não foi tratado como crime'' Segundo o delegado Franco Pinheiro, apesar de ter enviado os ossos de forma indevida, foi constada a tentativa de enviar os restos mortais de forma legal, sendo assim, “o caso não foi tratado como um crime”. A lei federal 6.538/78 proíbe esse tipo de transporte via Correios. Caso houvesse indiciamento, os responsáveis poderiam ser enquadrados por homicídio ou ocultação de cadáver. A pena para quem comete homicídio varia, segundo o delegado, de 12 a 30 anos. Já para ocultação de cadáver, a pena seria mais branda: de um a três em reclusão e multa. "Mas não há indiciamento. Se não há crime, não há como enquadrar", explica o delegado. Após o esclarecimento do caso a ossada foi encaminhada ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), onde aguarda a família. A assessoria de comunicação dos Correios informou que a checagem das cargas no raio X é feita por meio de amostragem, abrangendo de 45% a 50% das encomendas transportadas apenas no território nacional.

Fonte: Meio Norte/CAMOCIM POLÍCIA24HS