Integrante da base aliada do governo da presidenta Dilma Rousseff, o Partido Republicano Brasileiro (PRB) entrou na última quinta-feira com um pedido de investigação do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Teixeira, junto à Procuradoria Geral da União (PGU).
A legenda se baseia em uma série de reportagens publicadas no Brasil e no exterior como as feitas pelo repórter escocês Andrew Jennings veiculadas pela emissora pública britânica BBC dando conta de que o cartola estaria envolvido em recebimento de propinas e tirando benefício próprio da realização do Mundial no Brasil.
"Do que se noticiou, depreende-se uma perigosa relação entre os interesses pessoais de Ricardo Teixeira e a aplicação de dinheiro público na construção de estádios de futebol para a Copa do Mundo de 2014", diz trecho do documento enviado ao procurador geral da República, Roberto Gurgel.
Em declarações à Agência Brasil, o presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, afirmou que o partido vai tentar retomar a iniciativa de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para investigar o presidente da CBF e do COL. A comissão foi defendida com veemência, há alguns meses, pelo deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ), mas acabou esvaziada após "lobby" de Teixeira.
"Dependemos de cerca de 170 assinaturas. Não será fácil, mas vamos fazer esse movimento", afirmou Pereira, lembrando que o PRB tem 12 parlamentares no Congresso.
O presidente da legenda também negou qualquer preocupação em relação a um possível desgaste do PRB com o governo. O partido faz parte da base aliada, que em sua maioria é contrária às investigações contra Teixeira com medo de que elas possam prejudicar a imagem do Brasil e os preparativos para a Copa do Mundo.