terça-feira, 11 de outubro de 2011

Ministro : "vestibular é um grande mal" para a educação

Ministro da Educação Fernando Hadad
O min­istro da Ed­u­cação, Fer­nando Haddad, afirmou nesta se­gunda-feira (10), que o primeiro passo para pro­mover a re­forma do ensino médio no País é acabar com o vestibular, que class­si­ficou como um "grande mal". "O vestibular é um grande mal que se fez com a ed­u­cação brasileira. Se fosse bom, outros países também te­riam. Nós es­tamos em um pro­cesso de sub­sti­tu­ição do vestibular pelo que tem de mais mod­erno no mundo, o exame na­cional", afirmou ele ao fazer refer­ência ao Exame Na­cional do Ensino Médio (Enem). O min­istro par­ticipou nesta manhã do 1º en­contro "Pen­sando o De­sen­volvi­mento do Brasil - De­safios e Per­spec­tivas para a Ed­u­cação Básica", na Fun­dação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Em seu dis­curso, Haddad disse que o ensino médio deve sofrer al­ter­ações para atender melhor as ex­pec­ta­tivas do es­tu­dante. "Nós vamos in­ciar re­for­mu­lações no ensino médio a partir de 2012 com força, nós es­tamos at­uando em pro­jetos pi­loto com ensino ino­vador em torno de 600 escolas. O ob­je­tivo é avançar para ofer­ecer o ensino médio mais co­er­ente com a tra­jetória e com as ex­pec­ta­tivas do es­tu­dante", disse.

Haddad afirmou ainda que é im­por­tante que o Enem se torne obri­gatório no País, mas pon­derou que essa de­cisão não cabe ao Min­istério da Ed­u­cação (MEC). "Isso cabe aos se­cretários es­tad­uais de ed­u­cação, que são re­spon­sáveis pela rede pública de ensino médio. O Enem é vol­un­tário e ele só perde esse caráter quando o se­cretário toma a de­cisão de con­siderá-lo um com­po­nente cur­ric­ular obri­gatório", afirmou.

Se­gundo Haddad, os dados de par­tic­i­pação mostram que o Enem tem as­sumido um papel de destaque no País. Na edição deste ano, que acon­tece nos dias 22 e 23 de outubro, o número de in­scritos atingiu o recorde de mais de cinco mil­hões. "À me­dida que o exame vai gan­hando a im­portância com a adesão das in­sti­tu­ições, com as múlti­plas funções que ele tem hoje pelo ProUni (Pro­grama Uni­ver­si­dade para Todos), com a cer­ti­fi­cação de ensino médio para quem tem mais de 18 anos, ele vai gan­hando nat­u­ral­mente a adesão dos es­tu­dantes", afirmou.

Sobre os prob­lemas nas úl­timas edições, como o vaza­mento e os erros na im­pressão dos cadernos de prova, o min­istro disse que o gov­erno tra­balha para garantir que não ocorram novos erros. "Nós es­tamos so­mando in­teligência ao pro­cesso, a cada nova edição se agregam novos atores para zelar por cada etapa do pro­cesso que é ex­trema­mente com­plexo. Con­seguir colocar 5 mil­hões pes­soas em sala de aula em um final de se­mana não é uma op­er­ação ex­ata­mente sim­ples", disse.

Enem 2011
Nos dias 22 e 23 de outubro, mais de 5 mil­hões de can­didatos de­v­erão com­parecer às 150 mil salas de prova, em 1.599 mu­nicí­pios, para par­tic­ipar da maior edição do Enem desde a sua cri­ação em 1998. As provas do sábado serão de ciên­cias da na­tureza e hu­manas. No domingo os can­didatos serão avali­ados em lin­gua­gens e matemática, além de redação, to­tal­izando 180 questões nos dois dias de exame.

Cerca de 350 mil pes­soas es­tarão en­volvidas na apli­cação da prova, in­cluindo fis­cais de sala e outros profis­sionais de apoio. Neste ano, o gov­erno fed­eral re­forçou al­guns pontos es­tratégicos do pro­cesso para evitar erros como os ocor­ridos em 2009 e 2010. Par­tic­ipam da edição 2011 do Enem a em­presa Mó­dulo, espe­cial­izada em gestão de risco, e o In­sti­tuto Na­cional de Metrologia, Nor­mal­ização e Qual­i­dade In­dus­trial (In­metro), que fará a cer­ti­fi­cação do exame.(Terra)