Foram 129 reclamações de janeiro a março contra a OI, crescimento de 37% em relação a igual período de 2011
A OI foi a companhia que recebeu mais reclamações, neste ano, quanto à telefonia móvel, no Procon Fortaleza. De 1º janeiro a 29 de março deste ano, 129 reclamações contra a OI foram formalizadas. Em seguida, estão as companhias Tim (46), Claro (39) e Vivo (11). As reclamações incluem diversos itens, entre os quais se destacam cobrança indevida ou abusiva, serviço não concluído e problemas com o cancelamento do serviço.
As reclamações referentes à OI cresceram 37% ante igual período de 2011, quando foram registradas 94 reclamações. Quanto ao serviço de internet, a Claro lidera ranking de reclamações, com 52 queixas. Em seguida, as operadoras OI (36) Tim e Vivo (ambas com 25).
Questão cultural
Para o secretário do Procon Fortaleza, João Ricardo Vieira, o total de reclamações não representa o universo real de pessoas insatisfeitas com os serviços de telefonia móvel e internet. Conforme o diretor, é possível notar uma "acomodação do consumidor" no que se refere à exigência de seus direitos.
Em muitos casos, destaca, a não procura por mecanismos de defesa se deve a uma questão cultural. Vieira salienta que a ideia de que as instituições públicas não são capazes de solucionar casos de agressão aos direitos do consumidor ainda é presente em grande parte da população. "O código de defesa do consumidor tem 20 anos. Isso é muito pouco tempo para a história de uma sociedade".
Ainda assim, ele frisa que a realização de queixas é importante não apenas para a resolução de casos individuais, mas também para que o poder público tome conhecimento de possíveis irregularidades praticadas pelas empresas.
Embora tivesse motivos para procurar algum órgão de defesa do consumidor, o funcionário público Thiago de Sousa optou por não formalizar nenhuma reclamação. Há mais de duas semanas, conta, o serviço OI Velox - cuja conexão sempre apresentou lentidão - não funciona.
Ele relata que, poucos dias após não conseguir mais se conectar à internet, ligou para a operadora, que lhe prometeu enviar um técnico em até 24 horas. "Mas, acabaram não mandando ninguém". A "solução" encontrada foi optar por outra operadora. Ele diz não ter procurado alguma instituição por achar que . "Os meio são muito lentos, muito burocráticos. Eu achava que só ia ter dor de cabeça", relata.
Além dos problemas com a OI Velox, ele destaca que há dias - ainda que raros - nos quais seu celular, também da OI, não funciona, ficando fora de serviço. "Teve um dia que todo mundo do meu trabalho estava me ligando, mas eu não recebia nenhuma ligação. Só soube que me ligaram depois", exemplifica.
Interior
Os problemas com a telefonia móvel se tornam mais frequentes no interior do Estado. Na região do Cariri, uma das mais atingidas pela situação, são várias as reclamações. Desde 2007, a jornalista Sara Menezes utiliza os serviços, mas nos, últimos anos, tem tido muitos aborrecimentos. "Já fiquei sem telefone uma tarde inteira",comenta.
A OI é a companhia que tem maior participação, no Estado, na telefonia móvel, abrangendo 35,19% do total de linhas. Já a Tim reponde por 34,35% do mercado, enquanto a Claro e a Vivo concentram, respectivamente, 24,22% e 6,23% das linhas.
OI responde
A assessoria de comunicação da OI informou, em nota, que a operadora investe constantemente na cobertura móvel do Ceará e está implementando a ampliação do serviço na Região do Cariri. "Os municípios de Juazeiro do Norte e Missão Velha serão beneficiados com a implantação de novos sites, responsáveis pela melhoria na qualidade da rede 2G, até o final de 2012. Já os municípios de Crato, Barbalha e Juazeiro do Norte serão contemplados com a tecnologia 3G até o final de abril", diz a nota. A nota ressalta que a operadora cumpre as exigências previstas no regulamento da Anatel e que estuda constantemente a expansão do serviço, de acordo com critérios técnicos e mercadológicos. "Em 2011, a OI assumiu compromisso com o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor de interação colaborativa e tem investido fortemente em melhorias de processos e ampliação de rede para assegurar a qualidade no atendimento e na prestação dos serviços para seus clientes. Entre 2010 e 2011, a OI registrou queda de 15 ,7% nos atendimentos nos Procons do país".
Fonte: DN