terça-feira, 10 de julho de 2012

Brasil é 3º em número de empreendedores ( Destaque do Coreauense Francisco Carneiro) que teve sua história contado pelo o DIÁRIO DO NORDESTE

Segundo levantamento do Sebrae e IBQP, um em cada quatro brasileiros está abrindo o próprio negócio
Quando estimulado pelo pai, a quem agradece até hoje, ainda na pacata zona rural de Coreaú, ao Norte do Ceará, a trocar a enxada pelo livro, Francisco Carneiro não imaginava o quão longe chegaria. Hoje, emprega 44 pessoas no "Mercadinho Deus te Pague", e possui uma história digna o suficiente para animar qualquer um que já pensou em desistir de por seu negócio próprio devido às dificuldades de se começar uma vida empresarial, no País. Obstáculos comuns, mas que têm sido ultrapassados por mais e mais brasileiros - assim como Carneiro.

É o que comprova a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2011 (GEM), promovida pelo Sebrae e o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP). Segundo o estudo, o Brasil aparece em terceiro lugar num ranking de 54 países no mundo em número absoluto de empreendedores. Eles já são 27 milhões por aqui.

Um deles está no bairro Bom Jardim, um dos bairros de população mais humilde de Fortaleza. "Comecei com uma bodeguinha em um quartinho aqui de casa mesmo. Vendia bombons, pipoca e xilitos para crianças", revelou Carneiro, o personagem do início dessa reportagem.

Enquanto observa o vai-e-vem de clientes, ele diz que começou em 1993, e que naquele tempo era mais difícil montar seu próprio "ganha-pão". "Vinha de ônibus cheio de mercadorias. Muitas vezes a polícia me parou pensando que era roubo, aí eu mostrava a notinha e ficava tudo certo", revela o empresário, que acabou comprando as casas dos vizinhos para poder expandir o mercadinho. "Comprei até valendo o dobro do preço, para valorizar cada vez mais o nosso bairro. O pessoal fala que no Bom Jardim tem muita violência, mas também tem ações boas", conta.

Biblioteca de graça
E Carneiro é um dos entusiastas desse tipo de ação. Mantém, à base de doação de livros, uma biblioteca com mais de 10 mil livros, para consulta gratuita da comunidade. "Pago um funcionário exclusivamente para atender a demanda que é de umas 700 pessoas por mês", conta.

Além disso, realiza um projeto, com auxílio do Sesc, de alfabetização de adultos e outro de atenção a idosos. À frente de seu tempo como empreendedor, ele explica - à boa maneira de um homem simples do campo, mas que já concluiu um faculdade (História, na UFC) e segue em conclusão da segunda (Direito, na Unifor) - que não deseja crescer sem ver os demais se desenvolvendo ao seu redor. "Não sou terra de cemitério para quer comer sozinho", brinca.