A
Palma não brilha como outrora, porque não dispõe de um eficiente,
eficaz e efetivo projeto político-desenvolvimentista. Quanta tristeza,
meu torrão natal!
Quando
completas 142 anos de emancipação política, terra abençoada pela
Senhora da Piedade, epitetada de Princesa do Vale do Coreaú, vives
momentos constrangedores. Os anos ditosos evaporaram-se. Toda a tua
vizinhança encontra-se em franco desenvolvimento, inclusive os
municípios que foram desmembrados de ti. Só tu, velha Palma, padeces
dessa ignóbil opressão.
“Quando altiva for a Terra
Rebrilha a glória,
Fulge a vitória.”
Nestes
tempos hodiernos, a doce Palma amarga o tédio de um marasmo
administrativo sem precedente em sua história. Tal situação advém da
ausência de amor à terra natal exibida por alguns coreauenses.
“Como é sublime
Saber amar,
Com a alma adorar
A terra onde se nasce!”
A
falta de compromisso e comprometimento com o teu desenvolvimento,
Palma, têm produzido situações vexatórias para a tua população.
Um
fato lamentável, que não tem similar nos teus anais, no ano corrente,
tornou-se um vergonhoso emblema da tua realidade: a interdição do
Matadouro Público, ocasionada pela total falta de condições sanitárias.
O
átrio e demais dependências internas do teu Mercado Público apresentam,
também, precariedade no quesito higiene, pondo em risco a saúde
pública. Será que existe Vigilância Sanitária no Município?
A Lei nº 8.080, de 19 de Setembro de 1990, diz no seu “Art.
1º - Esta Lei regula, em todo o território nacional, as ações e
serviços de saúde, executados, isolada ou conjuntamente, em caráter
permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito
público ou privado.” Mais adiante, o Art. 18, da citada lei,
define as competências da direção municipal do Sistema Único de Saúde -
SUS, ressaltando, na alínea b, do Inciso IV, a execução do serviço de
vigilância sanitária.
Houve
tempos melhores em tua história. Agora, é o tempo do faz de conta. O
progresso é coisa que não se discute. A inoperância assentou suas bases,
a cidade e os distritos seguem à deriva.
No
período de janeiro de 2009 até a presente data, no território municipal
de Coreaú, não há registro ou notícia de momentos memoráveis, tendo
como mentor o Município. Nada ocorreu que mereça um pomposo elogio.
Quanto demérito!
Mas
nem tudo é desconformidade. Uma acentuada parcela das comunidades da
sede municipal e dos distritos de Araquém, Aroeiras e Ubaúna, que preza a
tua autonomia e escuta o teu lamento, minha Palma, torce pelo teu
desenvolvimento. Assim, instituições e população fazem o que lhes
competem, enquanto a municipalidade privilegia a indiferença, o atraso, a
insensibilidade.
Numa
ação dinâmica e tenaz, o governo do Estado dotou o Município de Coreaú
de obras de relevo, tais como estradas asfaltadas, escola e delegacia.
Por
sua vez, o governo federal, por intermédio dos Ministérios da Educação,
Saúde e outras pastas, tem repassado, regularmente, recursos para
melhorar a qualidade de vida da população. Qualquer cidadão pode acessar
os sítios (sites) dos vários ministérios e comprovar o montante do
repasse para Coreaú. Os números da verdade precisam ser conhecidos pela
família coreauense.
Os
versos, acima destacados, que falam de altivez, gloria e amor à terra
mãe, foram retirados da terceira e quarta estrofes do Hino do Exército -
Letra: Ten Cel Alberto Augusto Martins e Música: T. de Magalhães.
Fonte: http://www.funceb.org.br/hinosecancoes.asp - Acesso em 20.9.2012.
Velha
Palma, na tua data municipal, eu te saúdo com poesia real. Nas letras
de Machado de Assis, in Falenas, encontrei o poema “Sombras” do qual
tirei esses versos: “... /E escutas sem falar, e sonha sem dormir,/Acaso
uma lembrança, um eco do passado, / Em teu seio revive? /...”. Talvez
querida terra, o amanhã alavancará o teu progresso e possas tu sorrir
alegremente.
Por
último, quero recitar, aqui, a primeira estrofe do teu Hino Municipal,
com o sadio intuito de amenizar a tua angústia terra amada: “Doce terra,
cidade tão bela/Entre serras despontas fagueira/E num toque suave
revela/ A grandeza da gente trigueira.”
Salve o dia 24 de setembro de 1870!
Sobral, 24 de setembro de 2012
Leonardo Pildas