sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Ceará é segundo do País em doações de órgãos

O Estado é o primeiro do Brasil em realização de transplantes de fígado. São 19,4 cirurgias por milhão da população
Em número de doações efetivas de órgãos e tecidos, o Ceará é o segundo do País em 2012. A taxa do primeiro semestre deste ano é de 20,8 por milhão da população, atrás apenas de Santa Catarina, que registra 26,6 doações por milhão da população e acima da média nacional de 12,8 por milhão da população.

O Estado é o primeiro do Brasil em realização de transplantes de fígado. São 19,4 procedimentos por milhão da população. Já nas cirurgias cardíacas, o Ceará está em segundo no ranking, com uma taxa de 4,0 por milhão da população. Sobre as cirurgias de pulmão, o Estado é o terceiro do País, com 0,5 por milhão da população.

Até o dia 21 de setembro, foram realizados 880 transplantes. Os dados são do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), levantados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).

O Ministério da Saúde divulgou, ontem (27), o balanço de transplantes realizados no Brasil, no primeiro semestre deste ano, marcando o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos.

De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes do Ceará, Eliana Barbosa, os indicadores são importantíssimos. "O Estado é referência do Norte/Nordeste nesse tipo de procedimento". A coordenadora atribui a evolução do Estado em transplantes a quatro fatores. O primeiro deles é vontade política; o segundo, o empenho técnico das equipes dos hospitais; o terceiro, são os investimentos, e o último, o envolvimento dos cidadãos na causa, dizendo sim às doações.

Mas ainda há desafios a serem enfrentados. Existem 755 pessoas na fila de espera por órgãos. Outro problema é que são identificados potenciais doadores que acabam não sendo efetivados. A taxa de notificações por milhão da população ideal é de 50. No entanto, o Ceará realiza 44 notificações. Mas, o Estado tem potencial para aumentar ainda mais as identificações dos doadores.

"Hoje, a gente trabalha com a educação por conta da negativa familiar que ainda é alta, de 32%, primeira causa da não concretização da doação", explica Eliana. A segunda é a parada cardíaca, em vista de um diagnóstico tardio de morte encefálica. "Quando isso acontece, os órgãos não podem ser aproveitados, pois acabam se deteriorando sem circulação sanguínea".

O Ceará se destaca na realização de transplantes de fígado. Até agora, foram feitas 96 cirurgias somente no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), principal centro público do Brasil em transplantes de fígado. Para o médico da equipe do Serviço de Transplante de Fígado do HUWC, Gustavo Rêgo, os avanços do Ceará são atribuídos às campanhas, como a Doe de Coração, da Fundação Edson Queiroz. Fora isso, há investimentos do Governo do Estado, como aponta o médico.

Sobre as ações futuras, o hospital deve passar a realizar, a partir de 2013, transplantes entre doadores intervivos, retirada de parte do fígado que é direcionada a uma criança. "Além disso, vamos aumentar o número de procedimentos infantis", revela. O secretário da Saúde do Estado do Ceará, Arruda Bastos, complementa que o Governo Estadual colocou como prioridade a realização de transplantes, desde 2007.




Fonte: DN