O Estado é o primeiro do Brasil em realização de transplantes de fígado. São 19,4 cirurgias por milhão da população
Em
número de doações efetivas de órgãos e tecidos, o Ceará é o segundo do
País em 2012. A taxa do primeiro semestre deste ano é de 20,8 por milhão
da população, atrás apenas de Santa Catarina, que registra 26,6 doações
por milhão da população e acima da média nacional de 12,8 por milhão da
população.
O Estado é o primeiro do Brasil em realização de
transplantes de fígado. São 19,4 procedimentos por milhão da população.
Já nas cirurgias cardíacas, o Ceará está em segundo no ranking, com uma
taxa de 4,0 por milhão da população. Sobre as cirurgias de pulmão, o
Estado é o terceiro do País, com 0,5 por milhão da população.
Até
o dia 21 de setembro, foram realizados 880 transplantes. Os dados são
do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), levantados pela Associação
Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
O Ministério da
Saúde divulgou, ontem (27), o balanço de transplantes realizados no
Brasil, no primeiro semestre deste ano, marcando o Dia Nacional de
Doação de Órgãos e Tecidos.
De acordo com a coordenadora da
Central de Transplantes do Ceará, Eliana Barbosa, os indicadores são
importantíssimos. "O Estado é referência do Norte/Nordeste nesse tipo de
procedimento". A coordenadora atribui a evolução do Estado em
transplantes a quatro fatores. O primeiro deles é vontade política; o
segundo, o empenho técnico das equipes dos hospitais; o terceiro, são os
investimentos, e o último, o envolvimento dos cidadãos na causa,
dizendo sim às doações.
Mas ainda há desafios a serem
enfrentados. Existem 755 pessoas na fila de espera por órgãos. Outro
problema é que são identificados potenciais doadores que acabam não
sendo efetivados. A taxa de notificações por milhão da população ideal é
de 50. No entanto, o Ceará realiza 44 notificações. Mas, o Estado tem
potencial para aumentar ainda mais as identificações dos doadores.
"Hoje,
a gente trabalha com a educação por conta da negativa familiar que
ainda é alta, de 32%, primeira causa da não concretização da doação",
explica Eliana. A segunda é a parada cardíaca, em vista de um
diagnóstico tardio de morte encefálica. "Quando isso acontece, os órgãos
não podem ser aproveitados, pois acabam se deteriorando sem circulação
sanguínea".
O Ceará se destaca na realização de transplantes de
fígado. Até agora, foram feitas 96 cirurgias somente no Hospital
Universitário Walter Cantídio (HUWC), principal centro público do Brasil
em transplantes de fígado. Para o médico da equipe do Serviço de
Transplante de Fígado do HUWC, Gustavo Rêgo, os avanços do Ceará são
atribuídos às campanhas, como a Doe de Coração, da Fundação Edson
Queiroz. Fora isso, há investimentos do Governo do Estado, como aponta o
médico.
Sobre as ações futuras, o hospital deve passar a
realizar, a partir de 2013, transplantes entre doadores intervivos,
retirada de parte do fígado que é direcionada a uma criança. "Além
disso, vamos aumentar o número de procedimentos infantis", revela. O
secretário da Saúde do Estado do Ceará, Arruda Bastos, complementa que o
Governo Estadual colocou como prioridade a realização de transplantes,
desde 2007.
Fonte: DN