terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Casa de moradores são demolidas no bairro Serviluz


Cerca de 80 famílias que moram na comunidade Nova Estiva, no bairro Serviluz, tiveram as casas demolidas na manhã desta terça-feira (18), em cumprimento à liminar que concede reintegração de posse ao proprietário do terreno. Os moradores estavam no local há cerca de seis meses.
Todas as casas construídas em terreno no bairro Serviluz foram demolidas. FOTO: Viviane Pinheiro.
De acordo com a assessora jurídica da comunidade, Patrícia Oliveira, os caminhões chegaram na comunidade por volta das 6h da manhã e demoliram algumas casas, não dando tempo para que os moradores retirassem móveis e materiais de construção de suas propriedades. "Eles só pararam as máquina após muita negociação", diz. Apesar da interrupção momentânea, a última casa foi demolida por volta das 11h.
A liminar a favor do proprietário do terreno concedida pelo juiz Josias Vidal Nunes, da 18ª Vara Cível, foi revogada pelo desembargador Valdsen da Silva Alves, do Tribunal de Justiça no Ceará. No entanto, segundo Patrícia Oliveira, o desembargador voltou atrás na decisão quando o proprietário apresentou documentos atestando a propriedade do terreno, incluindo anúncios de jornais em que tentava alugar o local.

Casas
O morador Fábio Evangelista, 30, afirma que perdeu o material de construção que seria utilizado para a construção de uma casa no terreno, ressaltando que muitos moradores perderam os móveis que estavam dentro das casas. O que os moradores conseguiam salvar das casas construídas era colocado nas calçadas próximas ao local da demolição.
Segundo Fábio Evangelista, o terreno não era utilizado há mais de 30 anos e, há cerca de cinco anos, uma petição foi feita para a Prefeitura no intuito de abrir uma via pública, que, segundo os moradores, teria o fluxo interrompido pelo terreno. “Como a Prefeitura não fez nada, a comunidade resolveu tomar o terreno para utilizar como moradia”, diz.

Polícia
Policiais do Batalhão de Choque acompanharam toda a movimentação no local. Apesar da indignação dos moradores, não houve nenhum conflito durante o processo de reintegração de posse.

Fonte: DN