quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

COREAÚ E O AÇUDE ANGICOS

Aqui no Município de Coreaú, Zona Norte do Ceará, existe um açude enorme, inaugurado pelo Governo do Estado, chamado Angicos, com capacidade para cerca de 55 milhões de metros cúbicos de água, localizado a uns 23 km da sede.
O Angicos é uma verdadeira riqueza do Vale do Coreaú. É muita água. Afora os peixes, em abundância o ano inteiro. Ele libera água de suas comportas, tornando perene vários rios da região. O povo tem água o tempo todo. O rio não seca nunca. Parece que o sertão virou mar. Entretanto, externamos nossa preocupação com a falta de melhor aproveitamento das águas do Açude Angicos pela população ribeirinha, posto que do modo como são utilizadas, acabam gerando um imenso desperdício. Sabemos que um dos maiores problemas do Nordeste é a seca.
Seria interessante que as pessoas que moram às margens dos rios tivessem incentivos para a agricultura e à pecuária. A Ematerce poderia dar suporte técnico à população ribeirinha e fazer avaliações sobre a possibilidade de se investir naquela área. O Banco do Nordeste, BNB, emprestaria dinheiro para os pequenos agricultores, com juros baixos, de modo que pudessem ganhar alguma coisa e ter gosto pelo que fazem. Muita gente iria melhorar de vida, vendendo seus produtos em feiras livres, inclusive na de Coreaú, que acontece aos domingos pela manhã gerando-se assim, aquilo a que se convencionou chamar de “emprego e renda”.
Coreaú, como a maioria dos municípios do Ceará, tem uma economia que vive em função somente do funcionalismo público, dos aposentados e pensionistas. Até pouco tempo, tínhamos cultura do algodão, castanha, mamona, valorização da carnaúba (pó, cera e chapéu) e as pessoas encontravam facilidade de pegar em dinheiro. Hoje, quase nada resta. Com o Açude Angicos poderá haver uma retomada no crescimento do nosso Município e de outros circunvizinhos. Não podemos mais é hospedar uma inércia agrícola, quando temos um açude do porte do Angicos. O sertão está se definhando. Não tem quem queira mais viver na zona rural, a não ser aqueles que não arredam pé porque têm amor à terra, amor pelo “criar”, como eles mesmos dizem.
Fernando Machado Albuquerque
Coreaú-CE