O ex-presidente prometeu que vai percorrer o país fazendo política em 2013
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Ele
participou da posse do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC,
Rafael Marques da Silva. A entidade foi presidida pelo petista no final
dos anos 70.
Sem dizer o
nome de Marcos Valério nem mencionar o depoimento em que o operador do
mensalão afirmou que dinheiro do esquema teria sido usado para pagar
despesas pessoais do ex-presidente, Lula afirmou que os adversários
terão que trabalhar "mais do que ele" para derrotá-lo e prometeu correr o
país no próximo ano.
Dirigindo-se a
uma plateia de sindicalistas e aliados como o presidente estadual do
PT, Edinho Silva, o presidente nacional do PC do B, Renato Rabelo, e o
ex-ministro Orlando Silva, Lula disse que está sendo atacado por causa
das vitórias de seus aliados nas últimas eleições.
"Não se
preocupem muito com os ataques, porque há uma razão para isso. Em 2010,
quando eu indiquei a Dilma [como sua sucessora], disseram que ela era um
poste. Então vencemos. Neste ano, quando indiquei o Haddad [eleito
prefeito de São Paulo], disseram que era um poste. E de poste em poste a
gente está iluminando o Brasil", declarou.
Lula fez metáfora com os tempos de sindicalista para sugerir que é alvo de denúncias por ter se fortalecido politicamente.
"Vocês não
podem perder de memória que nós, no sindicato, quando queríamos falar
mal de patrão, a gente falava da Volkswagen, da Ford e da Mercedes Benz.
Por que delas? Porque eram as três maiores. Ninguém iria falar de
fabriquinha", afirmou.
O
ex-presidente prometeu que vai percorrer o país fazendo política em
2013. "No ano que vem, para alegria de muitos e tristeza de poucos,
estarei andando por esse país", disse. Ele declarou querer ajudar a
presidente Dilma Rousseff a governar, e o PT a eleger mais prefeitos e
governadores.
Afirmou ainda ser necessário fortalecer a aliança de seu partido com "o PSB, o PC do B e o PDT".
O discurso,
de 42 minutos, terminou em tom de desafio aos adversários, que Lula não
nominou. "Só existe uma possibilidade de eles me derrotarem: trabalhar
mais do que eu. Mas se ficar um vagabundo numa sala com ar-condicionado,
falando mal de mim, vai perder", disse.
DESAGRAVO
Desde seu
início, a cerimônia de posse de Rafael Marques teve o tom de um ato
político em defesa do ex-presidente. O espaço do evento foi decorado com
faixas com mensagens como "Lula é meu amigo. Meu com ele, mexeu
comigo".
O slogan foi adotado por petistas e aliados após a divulgação do depoimeno de Valério.
Antes de
Lula, o presidente da UNE, Daniel Iliescu, o coordenador do MST Gilmar
Mauro e o presidente da CUT, Vagner Freitas, discursaram. O
ex-presidente foi exaltado como "patrimônio da sociedade brasileira e
internacional". Também houve críticas à mídia e ao Supremo Tribunal
Federal, que acaba de concluir o julgamento do mensalão.
Após tomar posse, Rafael Marques puxou um grito de "um, dois, três, é Lula outra vez", e foi acompanhado pela plateia.
Fonte: JL/Folha