segunda-feira, 1 de abril de 2013

Ceará tem menos de dois leitos para mil crianças

Os cearenses de até 12 anos têm à disposição poucos leitos e poucos médicos pediatras. Levantamento feito pelo O POVO a partir de números do banco de dados do Sistema Único de Saúde (DataSUS) e das secretarias da saúde de Fortaleza e do Ceará indica serem 3.337 leitos para pessoas de zero a 12 anos no Estado. O número se refere apenas aos leitos do SUS nas redes próprias (municipal, estadual ou federal) e credenciada e em hospitais filantrópicos.

Quando o número é relacionado à população cearense nessa faixa etária (1.837.613, segundo o Censo 2010 do IBGE), chega-se à uma relação de 1,8 leito para cada grupo de mil habitantes. O índice é inferior ao preconizado pelo Ministério da Saúde (2,5 a 3 leitos por mil habitantes) e quase igual à relação de leitos do SUS por cearense, que é de 1,7.

Apesar de o índice ser insuficiente na classificação nacional, a pediatra Francielze Lavor pontua que, se o Ceará tivesse uma rede de atenção pediátrica eficiente, os leitos seriam suficientes. “Se tiver atendimento ambulatorial adequado, capacitado, postos de saúde funcionando, rede primária realmente atendendo, prevenindo doenças, vou ter necessidade menor de leitos de internamento”, explica a pediatra, que é membro da diretoria da Sociedade Cearense de Pediatria (Socep).

“O fato de ter leito físico não significa que a assistência esteja excelente. Porque, na verdade, eu preciso de uma rede básica bem estrutura, uma rede secundária que atenda a demanda dessa rede primária e aí sim um leito terciário, especializado”, cita a médica.

A não resolutividade de casos simples na atenção básica é perceptível quando se observa o Interior do Estado, apontam os médicos ouvidos pelo O POVO. Por causa da falta de profissionais especializados em pediatria e do acompanhamento dos pacientes no dia a dia, muitos pais precisam trazer os filhos para Fortaleza. “Temos hospitais que já têm nível terciário, mas não conseguem ser resolutivos. Temos leito disponível, mas infelizmente não temos o profissional concentrado no Interior”, lembra Francielze Lavor.

Leia Mais em: Opovo.com.br