quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Pelo Campeonato Cearense, Fortaleza cruzará quase 4 mil km em 50 dias

Na primeira fase do Estadual, jogadores do Fortaleza vão cruzar distância superior a uma viagem por terra até São Paulo
É bom que os jogadores do Fortaleza tenham aproveitado ao máximo a pré-temporada do clube, pois o Campeonato Cearense 2014 começa no próximo domingo, 5, com uma tabela “massacrante”, segundo o preparador físico do Tricolor, Roger Gouveia. Ao final das 18 rodadas da primeira fase, que durará 50 dias, o Leão terá entrado em campo a cada três dias e cruzado 3.825 quilômetros. Quase 700 quilômetros a mais do que a distância entre Fortaleza e São Paulo.

Nos 30 primeiros dias de Estadual serão 11 jogos. Menos sufoco, só entre a 8ª e a 10ª rodada, quando haverá um intervalo de quatro dias entre o jogo contra o Horizonte, na Região Metropolitana, e a partida contra o Quixadá, no Alcides Santos. Porém, dois dias depois o time atravessa quase 500 km até Juazeiro do Norte, no Cariri, onde enfrenta o Guarani. Em seguida, faz o trajeto de volta para Fortaleza e viaja mais 157 km para medir forças com o Tiradentes, em Quixadá, para onde foi marcada a partida.

Após folgar na 13ª rodada, duas novas idas ao Cariri. Primeiro para enfrentar o Crato, na 14ª rodada e o Icasa na rodada 17. Nesse meio-tempo, o Leão precisará encontrar disposição para medir forças com o Ferroviário e o Itapipoca, na Capital.

Sem tempo pra treinar

O preparador físico do Fortaleza, Roger Gouveia não esconde a preocupação com o calendário. “Não vai ter espaço para trabalhar. Os intervalos dos jogos vão servir somente para recuperar os atletas entre um jogo e outro. Vamos usar nossa estrutura, focar na alimentação e tentar evitar lesões”, explica.

Gouveia alerta que os efeitos de uma rotina de jogos tão intensa não vai se restringir aos aspectos físicos dos jogadores, mas também devem afetar o lado emocional. “É um desgaste psicológico, emocional e ainda tem o desgaste físico. O atleta vai passar praticamente um mês inteiro dentro do clube”, pondera. Esse enclausuramento para cumprir o calendário vai afetar a vida familiar do profissional e, segundo Gouveia, não há a mínima condição do jogador levar uma vida “normal”. Como consequência, o torcedor deve ver jogos pouco atrativos, devido ao cansaço dos atletas. “Os jogadores não vão conseguir render.”

Foi com base no excesso de jogos para o período - que provocam o intervalo inferior a 66 horas entre jogos, contrariando o Regulamento Geral de Competições - que a 13° Vara do Trabalho de Fortaleza, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), notificou a Federação Cearense de Futebol (FCF) e os 11 clubes que disputam o Estadual para reformular a tabela, conforme pedido do Ministério Público do Trabalho. A questão volta ao debate a partir de segunda, quando TRT retoma atividades após recesso. (Aflaudisio Dantas)
Fonte: O povo