Para os que reclamam do serviço e dos transtornos deixados por obras da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), eis a questão: Fortaleza conseguiria viver sem a maior estatal do Ceará?
Dos 184 municípios cearenses, 35 não possuem convênios com a empresa. Nenhum, contudo, possui a extensão e população de Fortaleza e, por isso, conseguiram criar, mais facilmente, empresas próprias para a área. É o caso de Iguatu, Quixeramobim, Canindé e Crato.
Para o presidente da Sociedade Anônima de Água e Esgoto do Crato (Saaec), o engenheiro civil José Procópio da Silveira, a alternativa para Fortaleza seria abrir licitação para contratação de nova empresa, caso queira se ver livre da Cagece. “Para montar uma empresa própria, Fortaleza precisaria de uma estrutura e aporte financeiro muito grande”, opinou. Criada em 1964, a Saaec é uma empresa de economia mista e 99,96% de suas ações são do município.
Desde junho de 2010, a Saaec está substituindo 22 km da tubulação de esgoto do Crato, com prazo de finalização para abril deste ano.
Segundo o prefeito do Crato, Samuel Araripe (PSDB), a cidade está respondendo bem à obra por conta do planejamento. “A obra está sendo feita por etapas, quarteirão a quarteirão. Cada trecho demora dois dias no máximo”, garante.
Apesar de menor, a intervenção da Saaec no Crato é muito semelhante ao que está sendo feito pela Cagece em Fortaleza. Na capital, contudo, a obra foi iniciada em 2009 e deve ser concluída no início de 2013.
Valor da conta
Comparativamente, o cratense paga menos que os cidadãos das 149 cidades cearenses atendidas pela Cagece, que cobra valor tabelado em todo o Estado. Enquanto a Saaec cobra R$ 8,96 por 10 m³ de água, a estatal cobra R$ 13,90 pelo mesmo volume.