Parlamentares ameaçam provocar o Ministério Público para saber se visita configura propaganda antecipada
Para os deputados estaduais do PSDB, a visita da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff ao Ceará, na última quarta-feira, se configurou como campanha antecipada. A ministra que é a pré-candidata do PT na disputa da vaga à Presidência da República, esteve em Fortaleza para fazer uma apresentação das prestações de contas das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nos municípios. Porém, para os tucanos, a ministra veio apenas propagandear sua imagem de candidata. O deputado Fernando Hugo (PSDB) pediu que o procurador regional eleitoral, Alexander Sales, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tomem providência quanto a uma possível antecipação de campanha.
A deputada Tânia Gurgel também mobilizou a bancada tucana para provocar o Ministério Público a investigar se houve propaganda antecipada.
Fernando Hugo apontou que o texto legal é claro, propaganda antecipada não é permitido. Ele defende que o PSDB, através do seu pré-candidato, José Serra, está na frente nas pesquisas, mas nem por isso os tucanos fazem antecipações da candidatura de Serra. “Isso já merecia por parte do TSE uma postura mais forte”, cobrou.
Outro ponto destacado pelo tucano é que segundo ele, os jornais nos últimos 60 dias noticiaram que a maioria das obras do PAC no Ceará estão atrasadas, lembrando que o Diário do Nordeste já publicou duas matérias mostrando que grande parte das obras do PAC no Estado ainda não saíram do papel. Porém Hugo destaca que a ministra fala de outros números, “desmentindo” os jornais e dizendo que o Ceará está “cheio” de obras do PAC. “O PAC é a vestimenta presidencial da campanha antecipada da Dilma”, provocou.
Defesa
Em defesa da ministra o deputado Dedé Teixeira (PT) argumentou que o PAC é o “grande carro chefe das mudanças no país”, e como tal, precisa ser acompanhado pelo Governo, o que confirma ser o papel da ministra. Dedé Teixeira deixa claro que a ministra veio apenas fazer um debate sobre o programa e não tratar de candidatura a presidente.