sábado, 6 de novembro de 2010

Brasil avança no IDH da ONU

Na América do Sul, o IDH brasileiro foi o que mais avançou no ranking, subindo quatro posições em relação a 2009. A educação e a diferença entre ricos e pobres são alguns dos problemas.
O Brasil avançou no Índice de Desenvolvimento Humano medido pela Organização das Nações Unidas, a ONU. E a educação é apontada como o principal entrave para um progresso mais rápido.

José Henrique era catador de lixo e hoje tem um emprego, tem uma casa e até um carro. “Eu já posso chegar no mercado e fazer as compras com os meus filhos”.

O Brasil deste pai de família aparece no Índice de Desenvolvimento Humano, que mede a qualidade de vida de um país. O IDH é uma nota que varia de 0 a 1, sendo 1 a melhor. O Brasil está entre os países que tem um desenvolvimento humano elevado.

Este ano, o índice brasileiro ficou em 0,69. A expectativa de vida é de quase 73 anos. Em média, cada pessoa ganha, por ano, aproximadamente R$ 18 mil. O tempo médio que os brasileiros adultos passaram na escola é 7,2 anos e as crianças que acabaram de se matricular devem estudar 13,8 anos.

O país que tem o melhor IDH é a Noruega, onde a expectativa de vida é 81 anos e a renda média anual é de aproximadamente R$ 100 mil. O pior é o Zimbábue. Lá a expectativa de vida é de 47 anos e a renda é de R$ 300 por ano.

Na América do Sul, Chile, Argentina, Uruguai e Peru têm um índice melhor do que o do Brasil. Mas o IDH brasileiro foi o que mais avançou no ranking, subiu quatro posições em relação ao ano passado.
“O Brasil cresceu porque ele melhorou não apenas no crescimento econômico, mas ele teve progressos importantes também na área da saúde e educação”, afirmou Flávio Comin, representante do PNUD.
O relatório das Nações Unidas ainda mostra que a desigualdade social no país vem diminuindo e as principais causas são os programas de distribuição de renda, mas a diferença entre ricos e pobres continua sendo um problema e, quando levada em conta, piora a nota que mede a qualidade de vida do brasileiro.
O relatório também analisou a pobreza, que para as Nações Unidas não é apenas ter ou não dinheiro. Saúde e educação são questões tão importantes quanto a renda na hora de avaliar se uma família é pobre.

A partir desses três indicadores, o Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento criou uma fórmula para calcular a pobreza de um país. Por essa medida, 8,5% dos brasileiros vivem na pobreza e o estudo aponta que o maior problema está na educação.
É considerada pobre a família que tem pelo menos uma criança fora da escola ou que os adultos não tenham pelo menos cinco anos de estudo.

Como é o caso de Josélia Maria dos Santos. Catadora de lixo em Maceió, ela largou a escola ainda adolescente. “Se eu tivesse estudado, eu garanto quem eu estava hoje num emprego melhor, mais digno do que eu estou hoje”.

A ONU mudou a metodologia para calcular o Índice de Desenvolvimento Humano, o que limitou as comparações com anos anteriores e excluiu alguns países da pesquisa também.

O Ministério da Saúde contestou os dados sobre expectativa de vida usados no cálculo do IDH. Segundo o governo, a expectativa de vida do brasileiro é de 73,4 anos.