A Comunidade de Mota, localizada a 12 quilômetros da sede do distrito de Araquém, sempre esteve nos noticiosos e na boca do povo. Era, até recentemente, conhecida como uma terra de famílias pobres, numerosas e de homens valentes e dados ao consumo de bebidas alcoólicas e a uma boa briga. Se fizeres uma consulta nos arquivos do Fórum de Coreaú e/ou no Departamento Policial encontrará farta documentação relatando os inúmeros casos de lesão corporal e homicídios praticados nessa pequena comunidade. Mas essa realidade vem mudando, uma parcela significativa dos jovens do Mota tem trocado a “peixeira” pela caneta. Anualmente, dezenas de garotos da região do Mota frequentam aulas no Ensino Médio aqui em Araquém, onde não só entram em contato com os conhecimentos historicamente construídos e sistematizados nos livros, como, principalmente, recebem aulas de formação cidadã e humana. Percebemos claramente as mu danças daí decorrentes, entre as quais podemos citar o adiamento na formação de uma nova família, a redução do número de filhos por casal, a diminuição considerável de consumo de álcool, tabaco e outros tipos de drogas e o desejo pela continuação dos estudos. Prova disso é que alguns “teimosos” já se arriscam a entrar na universidade. Com a aprovação de Antonio Cleudes de Souza Araújo, Francisco Edilson Silva de Sousa (Letras) e José Aldy Carvalho da Silva (Ciências Sociais) chegam a onze os universitários do Mota.
Professor Zé Maria