quinta-feira, 24 de março de 2011

COREAÚ EM 23 de outubro de 2000

O BLOG VAI TENTAR TRAZER, RELEMBRAR, ALGUMAS MATÉRIAS QUE ENVOLVEM O NOSSO MUNICÍPIO. A MATÉRIA DESSA SEMANA É DE 23 de outubro de 2000


Prefeito de Coreaú interdita mercado
Coreaú (Sucursal/Sobral) — “O mercado público de Coreaú não pode funcionar à revelia”. Foi o que disse o prefeito reeleito Luiz Carneiro Albuquerque, justificando a interdição de pontos comerciais na parte interna do mercado, para algumas reformas e adaptações aos padrões de higiene exigidos pela vigilância sanitária, bem como pintura e melhorias nas áreas de circulação e nos banheiros.

A atitude do prefeito, que esteve no local acompanhado de policiais militares, causou revolta entre comerciantes e pessoas da comunidade. O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Mário Moreira, relata que “o prefeito chegou de forma inesperada na quinta-feira, às 10 horas, e fechou alguns pontos com cadeados novos e levou as chaves; isto foi feito sem aviso, sem conversa. Para alguns comerciantes pediu que fossem na Prefeitura falar com ele, para outros não deu qualquer satisfação”.

Na cidade de Coreaú, Zona Norte do Ceará, os ânimos da campanha política ainda estão acirrados. A sucessão do prefeito Luiz Carneiro Albuquerque (PMDB) foi das mais disputadas. Ele enfrentou e venceu nas urnas os ex-prefeitos Francisco Antônio de Menezes Cristino (PPS) e Francisco Cristino Moreira (PPB), e ainda o vereador Paulo Moreira de Carvalho (PT).

A maioria sobre o segundo colocado - Francisco Antônio, foi de 1.582 sufrágios. Sua decisão de interditar parte dos pontos de comercialização de carne e cereais no mercado público, é considerada “uma perseguição a pessoas que votaram contra ele”, como destaca o presidente do PT José Mário Moreira, acrescentando que entre os comerciantes que foram atingidos é difícil encontrar quem queira falar sobre o assunto temendo retaliações.

Uma das poucas pessoas a se manifestar é Maria Eliete Araújo, 36 anos. Ela afirma que “o prefeito queria quebrar o meu cadeado, mas eu não deixei; tirei as mercadorias e guardei em casa”.

Luiz Carneiro Albuquerque garante que não há qualquer discriminação política. “Uma oficina de bicicleta de um amigo foi fechada, porque reúne cerca de 150 bicicletas e tumultua o movimento no mercado. Uma lanchonete de um cunhado do candidato do PT, Paulo Carvalho - a lanchonete do Zé Neco, continua aberta porque apresenta condições de limpeza.

Se alguém está se sentindo discriminado é só procurar a Prefeitura”, enfatiza o prefeito. No mais, enumera os motivos da interdição: “alguns pontos estavam praticamente ociosos, funcionando de 15 em 15 dias. Outros eram depósitos de sacos vazios, baratas e ratos. Tinha até box servindo para oficina de bicicleta. As lanchonetes, na maioria, são precárias e precisam melhorar o atendimento, com a redução e troca das mesas e bancos velhos”.