Os fogos queimados no céu do município de Ipu (294 km de Fortaleza) no início da tarde de ontem já prenunciavam que a cidade, depois de sete dias sem prefeito, teria um novo chefe do Executivo Municipal. Luiz de Gonzaga Timbó (PMDB), que até então era vice-prefeito, tomou posse na noite de ontem, na Câmara Municipal.
Durante todo o dia, a sensação era de expectativa quanto à prisão do prefeito afastado, Sávio Pontes (PMDB), que tinha mandado de prisão em aberto desde a última sexta-feira. Pontes se apresentou na tarde de ontem no Quartel do Corpo de Bombeiros, em Fortaleza, onde ficará preso. Por volta das 15 horas de ontem, grande parte da população local se aglomerou em torno do Fórum ipuense, à espera de um parecer do juiz da comarca de Ipu, Lúcio Alves.
Foi então que, às 17 horas, o vice-presidente da Câmara Municipal, vereador Ivo de Sousa, cumpriu a determinação do magistrado e empossou o novo prefeito. A presidente da Casa, vereadora Carmem Lúcia, no entanto, não participou da solenidade.
Desde o último dia 15, quando promotores da Procuradoria dos Crimes Contra à Administração Pública (Procap) e a Polícia Civil estiveram no município para cumprir os mandados de prisão determinados pelo desembargador Francisco Darival Beserra Primo, a parlamentar desapareceu do município.
No primeiro discurso, Timbó avisou que vai priorizar o pagamento dos salários atrasados dos servidores municipais e pediu “calma e paciência” à população para resolver outros impasses na administração. “A folha da Prefeitura aumentou R$600 mil nos últimos quatro meses. Está inchada de irresponsabilidades e eu preciso seguir a lei de responsabilidade fiscal. Portanto, vou ter que tomar algumas medidas que não são vistas com bons olhos por algumas pessoas”, lamentou.
Município parado
Apesar de secretários municipais afirmarem que nenhum serviço foi interrompido no município durante os sete dias em que a cidade ficou sem prefeito, moradores e servidores denunciaram que alguns serviços não funcionaram na área de saúde, educação e fiscalização. “Pra gente ficou muito difícil de realizar o trabalho, porque a gente ficou sem comando”, afirmou o servidor da Secretaria de Obras do município, Dalton Ferreira.
Na manhã de ontem, O POVO visitou a sede da Prefeitura e o servidor do município, que se identificou apenas como Leonardo, responsável pela Secretaria de Finanças, afirmou que, desde sexta-feira, não liberou nenhum recurso para a cidade e que estava à espera de uma determinação judicial.
“Não vou liberar nada para que eu não seja prejudicado. Vou aguardar a reintegração do prefeito ou a posse do novo”, disse, acrescentando que a pasta mais prejudicada seria a da Saúde.
Fonte: O POVO