O governo cortou sua projeção de resultado das contas públicas no ano que vem, dos atuais 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2,1% do PIB. O dado consta da proposta para o Orçamento de 2014 que foi enviada ontem, ao Congresso Nacional. O documento também contempla uma projeção de crescimento econômico de 4%, bem acima dos 2,4% previstos pelo mercado financeiro na pesquisa Focus, do Banco Central. O governo anunciou ainda que o salário mínimo será de R$ 722,90 no ano que vem. O reajuste de 6,6% vai provocar um impacto de R$ 29,2 bilhões nas despesas.
Os dados, porém, são todos provisórios, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele prometeu uma revisão em janeiro, “com mais realismo, porque estaremos mais próximos dos fatos”. As incertezas do cenário, por causa da perspectiva da mudança na política monetária dos Estados Unidos, tornam qualquer previsão difícil, ponderou.
De acordo com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o novo valor vai incorporar a regra de valorização do piso salarial nacional, “que é uma política importante de alavancagem da renda e que tem nos levado a patamares de qualidade de vida muito superiores”.
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, avaliou que o aumento de 6,62% não irá impactar negativamente as contas do governo já que, segundo ele, “o governo tem controle total das contas”. “O governo tem superávit fiscal para também administrar essa questão e tem um controle de todos os setores para que não possamos incorrer em qualquer possibilidade de insucesso”, avaliou.

Para Dias, o aumento do mínimo ajuda a “irrigar” a economia, sem causar impactos negativos. Segundo ele, a política de aumento do salário mínimo é a razão pela qual o Brasil não teria entrado na crise econômica global iniciada em 2008.
Indagado se esse aumento não poderia frear a geração de novos empregos, ele negou. “Não vai ter (redução na geração de empregos) porque os investimentos que o Brasil está recebendo são enormes. Tem a Copa, aeroportos, obras de mobilidade, estamos leiloando os portos, temos um monte de obras e esse investimento precisa de mão de obra”, comentou.
Fonte: O Povo